Vamos aos detalhes de como tudo deu certo.
Após termos sofrido aquele golpe, onde perdemos R$ 16.000,00 , começamos a ver outras opções. Um amigo de Fortaleza e criador de cachorros, o Beto, se ofereceu pra trazer nossos peludos ao Canadá. Ele tem experiência por levar cachorros para compradores no exterior e eventos, era alguém de confiança, então virou nossa grande esperança. Chegamos a um orçamento de cerca de R$ 14.000,00, e meu pai concordou em emprestar a grana. Iríamos buscar eles em Toronto no começo de novembro.
Tudo estava indo bem, até receber um email dele dizendo que desistia do serviço e iria devolver o dinheiro, pois estaria sendo muito difícil e demorado tirar o visto de turista pro Canadá. Nosso mundo caiu mais uma vez, e tome choro e desespero. Depois pensei "se o Beto pode trazer, nada impede que eu mesmo vá buscá-los" e comecei a planejar a aventura de ir no Brasil pegar eles. O Beto me indicou o Tiberio, que trabalha numa agencia de viagens e sempre organizava as viagens pra ele levar animais, pra me ajudar a planejar a minha. Com pouco tempo, vimos que sairia muito caro (viajar canada-brasil-canadá é sensivelmente mais caro que brasil-canada-brasil) e desgastante. O Tiberio então sugeriu ele mesmo fazer o envio deles. Sairia mais barato, eu não faltaria ao trabalho nem as aulas e não me cansaria tanto. Eles iriam pra Boston, nos EUA, que fica a 800km daqui e sairia bem mais barato do que mandar pra qualquer cidade canadense. Alugaríamos uma van para buscá-los e voltaríamos na mesma pisada. Reservamos uma pousada pet friendly pelo booking.com para passarmos a noite.
Definido o plano, tinha um problema: money. Depois de muito apelo e negociação, meu abençoado pai nos salvou e pagou o envio deles. Pelos 2 cachorros e 4 gatos (ainda deixaríamos 3 pra trás, por enquanto), cerca de R$ 20.000,00. Ele vai receber aos poucos do ladrão que nos roubou, fora o dinheiro do seguro desemprego da Lyara (que a justiça está enrolando pra soltar), e o resto eu pagaria os poucos. Ele levaria os pets com ele até Guarulhos, e de lá eles seguriam pra Boston. O trajeto seria FORTALEZA -> GUARULHOS -> NEW YORK -> BOSTON. Mas não foi sem emoções...
- A vinda deles coincidiu com uma excursão minha pra Boston, do programa de embaixadores estudantis. Ou seja, a Lyara teria que dirigir sozinha de Moncton a Boston, com um inglês bem ruinzinho, e se confiando unicamente no google maps do celular. Sem falar de passar pela imigração americana /blur
- Não tínhamos dinheiro suficiente pra alugar a van. Felizmente, um anjo chamado Aurilene nos ofereceu emprestado. /please
- Achávamos que eles iriam viajar numa terça pra chegar na quinta, ai no domingo a noite o Tiberio nos avisa que eles iriam na SEGUNDA. NINGUÉM estava sabendo. Foi A correria pros nossos familiares. /omg
- A papelada final dos animais saiu na sexta antes da viagem, aos 45 do segundo tempo. Até estresse entre nossa vet-amiga Juliana e o ministério da agricultura rolou.
- Na hora do embarque, acharam melhor inverter as caixas e o Fofão acabou indo na maior, que era da Linda.
- A Linda não coube no vôo pra Guarulhos na segunda. O Tibério levou ela pra casa e eles só viajaram no dia seguinte. /nobigdeal
- A empresa que faria o despacho afirmou que as caixas dos gatos eram pequenas demais. O Tiberio me avisou e eu autorizei a compra de 4 caixas novas, num total de R$ 2.000... :( /no
- A Dona Carmem esqueceu a carteira de motorista e a Lyara teve que dirigir por 8 horas :(
- O "celular" (afinal é da LG) da Lyara perdeu o sinal do GPS na maior parte do tempo. Tiveram que se basear num mapa impresso e nas placas de trânsito. /blur
- A Lyara teve que dirigir sob uma puta tempestade que inclusive foi notícia (a coitada não deu sorte mesmo). /omg
- Os animais ficaram retidos no despache em NY e sua chegada em Boston atrasou quase 5 horas. /omg
- Eu estava numa palestra em uma cidade a 1 hora de Boston.
Foi uma emoção difícil de por em palavras. Tanto medo de algo dar errado, de perderem eles ou até de morrerem no vôo... Conforme fui tirando eles das caixas e vendo que estavam todos bem, foi impossível conter as lágrimas. Quando finalmente coloquei eles na van, rumo à pousada, desabei completamente: finalmente pude tirar aquela montanha que estava nos meus ombros desde janeiro de 2015, quando decidi emigrarmos, e que ficava mais pesada a cada dia. Passeamos pelas redondezas com os dogs, mimamos os gatos na cama, e depois tive que voltar pro hotel onde meus colegas estavam, pois ainda tinha mais um dia como embaixador.
A Lyara e a dona Carmem voltaram com eles depois do café no dia seguinte. Detalhe que a pousada não reclamou de nada, nem da quantidade, nem do tamanho dos pets. Outra surpresa: nenhum problema ao passar pela imigração americana! Inclusive disseram que os pets eram lindos e que eles poderiam seguir o resto da viagem fora dos kennels! A mensagem dela dizendo que já estava em casa com eles foi uma das melhores e mais tranquilizantes que recebi na vida :)
Por hoje é só pessoas. Essa é a postagem do blog que fiz com mais alegria e por isso demorei tanto :)
Família sendo reunida! Fico feliz por vocês!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, eu gostaria de saber como vocês lidaram com a diferença de temperatura dos lugares.
ResponderExcluir